terça-feira, 27 de dezembro de 2011

15 de Novembro de 1889 (Final)


Caros leitores,

Vimos nas últimas postagens como a Proclamação da República no Brasil aconteceu como um Golpe de Estado, sem participação popular e feita por uma ínfima parte do Exército brasileiro unida ao setor latifundiário, descontente com a abolição da escravatura sem nenhuma indenização para ele. A ausência de apoio da população ao golpe de 15 de novembro foi testemunhada e documentada por várias testemunhas. Arthur Azevedo (jornalista, poeta, contista e teatrólogo), o Conde de Weisersheimb (Embaixador da Áustria no Rio), o Visconde de Pelotas, o conspirador Aristides Lobo (jurista, político e jornalista republicano), Capistrano de Abreu (historiador), Joaquim Nabuco (jurista, político, diplomata, historiador e jornalista), dentre outros. (Não vou postar o que disse cada um aqui pois não é interessante a postagem ser enorme, mas quem quiser saber, poste em forma de comentário que eu respondo da mesma maneira).

Para vocês terem uma ideia, mesmo o Golpe de Getúlio Vargas do Estado Novo, mesmo o Golpe Militar em 1964 tiveram, ainda que em um primeiro momento, apoio da população. Na minha opinião então, o 15 de novembro foi (e é até hoje) o maior Golpe contra a democracia da História do nosso País.

Para finalizar essa série de três postagens sobre o 15 de novembro de 1889, transcreverei as palavras do sociólogo Gustave Le Bon:

"Um só país, o Brasil, tinha escapado a essa profunda decadência dos povos sul-americanos, em virtude de um regime monárquico que colocava o governo ao abrigo das competições. Depois o país ficou entregue a uma completa anarquia, e em poucos anos a gente incubida do poder dilapidou de tal maneira o tesouro, que os impostos foram aumentando em proporção desmedida.

Substituiu-se uma dinastia honesta por vinte e duas oligarquias com sede de roubar. Eis o que foi a Proclamação da República.
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1 - MONIZ, Heitor. O Segundo Reinado. Leite Ribeiro, RJ, 1928, p.258.

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